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Nesta quarta-feira, 26 de junho, o dólar apresentou forte alta, chegando a ultrapassar os R$ 5,521 na máxima do dia. A reportagem é da Folha de São Paulo.
O movimento de valorização da moeda americana se deu em meio a um avanço generalizado frente a outras divisas no exterior, exacerbado por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a situação fiscal do Brasil.
Pela manhã, o presidente Lula colocou em dúvida a necessidade de cortes de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo, sugerindo que a questão poderia ser resolvida com um aumento da arrecadação.
"O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação", afirmou em entrevista ao UOL.
Lula acrescentou que seu governo está analisando se há "gasto exagerado", mas que isso está sendo feito "sem levar em conta nervosismos do mercado".
Reação do Mercado e Dados Econômicos
Às 11h40, o dólar subia 0,91%, cotado a R$ 5,504, enquanto o Ibovespa recuava 0,50%, registrando 121.711 pontos. No exterior, a moeda norte-americana avançava ante divisas fortes, especialmente em relação ao iene, que atingiu seu nível mais baixo desde 1986, deixando os mercados cambiais em alerta para possíveis intervenções das autoridades japonesas.
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou para 0,39% em junho, após marcar 0,44% em maio.
O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetavam uma variação de 0,44%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou uma inflação de 4,06%, acima da taxa de 3,70% registrada até maio.
Análise Econômica
César Garritano, economista-chefe da Somma Investimentos, destacou que a dinâmica da inflação no curto prazo é benigna, mas alertou para possíveis desafios nos próximos meses devido à desancoragem das expectativas de inflação e à desvalorização do real.
Ele ressaltou que a continuidade de políticas econômicas estáveis e possíveis cortes de juros nos EUA poderiam contribuir para uma melhora nas expectativas econômicas locais.
Tendências Recentes do Mercado
Na terça-feira, 25 de junho, o dólar subiu 1,17%, fechando a R$ 5,454, enquanto o Ibovespa caiu 0,24%, aos 122.331 pontos, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas.
A valorização do dólar foi influenciada pela divulgação da ata da última reunião do Copom e pelo mau humor externo após comentários do Federal Reserve sobre a política de juros nos EUA.
As declarações do presidente Lula e os dados econômicos recentes continuam a moldar o cenário econômico do Brasil, com mercados atentos às próximas decisões políticas e suas implicações para a economia.