A saúde pública no Paraná enfrenta um desafio financeiro substancial, conforme apontam dados recentes. Cada acidente de trânsito fatal que ocorre nas rodovias estaduais e nos trechos federais localizados no estado gera um custo aproximado de R$ 935 mil. Para sinistros que resultem em vítimas não fatais, o custo médio chega a R$ 143 mil. As informações são do Bem Paraná.
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa-PR) divulgou essas informações na semana passada. Além dos danos materiais, esses números incorporam as perdas na produtividade econômica individual, os gastos com atendimento emergencial e outras despesas relacionadas.
Impacto dos Acidentes de Trânsito no Estado
Em 2022, o estado do Paraná registrou 2.526 óbitos decorrentes de acidentes de trânsito, de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM/Datasus/MS) . As estatísticas revelam que cerca de 34% das vítimas eram ocupantes de automóveis ou caminhonetes, enquanto 28% eram ocupantes de motocicletas. Além disso, 17% eram pedestres e 5% ciclistas.
O perfil das vítimas mostra que a maioria dos acidentados estava na faixa etária de 20 a 59 anos (72,1%), com um domínio na faixa de 20 a 29 anos (22,57%). Nesse cenário trágico, os óbitos do gênero masculino totalizaram 81,9%.
Mobilização para Promover a Segurança Viária e Saúde
Essa realidade preocupante foi amplamente debatida durante o VIII Fórum Estadual do Programa Vida no Trânsito do Paraná , realizado em parceria pela Sesa e pela Escola de Saúde Pública do Paraná (ESPP) . O evento, realizado virtualmente, reuniu cerca de 200 participantes com o objetivo de discutir o trânsito, saúde pública e iniciativas para garantir uma mobilidade segura e sustentável.
O Programa Vida no Trânsito (PVT) desempenha um papel fundamental na prevenção e redução de mortes e danos graves no trânsito. Sua abordagem abrange intervenções efetivas relacionadas à segurança viária, veículos, comportamento dos usuários e serviços de emergência.
Com o objetivo de trazer resultados concretos, 14 municípios já aderiram ao programa, como Curitiba, Araucária, Cascavel, e outros. Essas localidades causaram uma redução significativa de óbitos e internações em comparação com regiões sem o programa.
O panorama de sucesso mostra que entre 2018 e 2022, o conjunto dos 14 municípios associados à PVT registrou uma queda de 3,9% (de 821 para 789) no número absoluto de óbitos devido a lesões no trânsito. Além disso, a taxa de internações por alterações de trânsito diminuiu em 31,79% (de 11,31 para 7,71 por 10 mil habitantes) nessas áreas.