Homem de confiança do técnico Tite e do preparador Taffarel, Alisson não se mostra incomodado com as críticas que recebe de quem acompanha a Seleção Brasileira. Nesta terça-feira, dois dias antes da partida contra o Equador, o goleiro comemorou o fato de enfim ter virado titular da Roma, graças à saída do polonês Szczesny para a Juventus.
“Um dos motivos para algumas pessoas não terem uma opinião positiva de fim foi eu não ter jogado em quantidade no ano passado. Enquanto isso, outros goleiros estavam aparecendo bastante no Campeonato Brasileiro, com uma proximidade maior com o torcedor. Neste ano, com mais oportunidades no meu clube, vão conhecer o meu trabalho também”, disse Alisson.
De qualquer forma, o goleiro não está preocupado com quem contesta as suas convocações ou a sua titularidade na Seleção. “Opinião fica fora de campo. Vou fazer sempre o meu melhor para ajudar a equipe a chegar a lugares mais altos”, discursou. “É normal que o torcedor e a imprensa tenham preferência por um ou por outro. Não vou agradar a todos”, acrescentou.
Taffarel e Tite têm preferência por Alisson. Campeão mundial em 1994, o preparador de goleiros fez até uma trajetória semelhante à do goleiro do presente, revelado pelo Internacional e posteriormente negociado com o futebol italiano, como ele. Já o técnico esperava apenas que o seu titular estivesse em atividade, o que não ocorria nos tempos de Szczesny na Roma.
“O Taffa é um cara tranquilo, com quem convivo mais, que sempre demonstrou segurança em mim, desde o momento em que cheguei à Seleção. O Tite também. Ele conversou comigo, e não o tempo inteiro, sobre estar jogando, mas eu já sabia do planejamento da Rom de o Szczesny ir embora”, comentou Alisson.
O goleiro provou que está alinhado com Tite – famoso por popularizar o neologismo “treinabilidade” quando defendia o Corinthians – também no modo de falar. “A sorte é que, sempre perto das convocações da Seleção, eu jogava alguns jogos. Então, tinha um pouco dessa jogabilidade”, argumentou, assegurando que nunca perdeu o sono com as convocações. “Era difícil uma em que eu não estivesse dormindo. Sempre fui muito tranquilo em relação a isso. Quando acordava e ligava a TV, já estavam anunciando os atacantes.”
Na Seleção Brasileira, os atuais concorrentes de posição de Alisson são Ederson, do Manchester City, e Cássio, do Corinthians. Taffarel chegou a observar Vanderlei, do Santos, em um treinamento no CT Rei Pelé, porém o atleta acabou preterido na relação de Tite.
Em casa
Alisson tinha mais uma razão para se sentir à vontade nesta tarde. A Seleção Brasileira treinou no Beira-Rio, estádio onde ele se acostumou a atuar a serviço do Internacional. Na quinta-feira, a partida contra o Equador será realizada na Arena do Grêmio.
“Estou desde os meus nove anos aqui dentro. Vivi momentos muito felizes e outros tristes. O ano passado não foi o primeiro difícil na minha vida no futebol. Aqui, aprendi muitas coisas. O Inter tem um papel muito importante na formação do meu caráter, até porque a gente acaba passando mais tempo no clube do que em casa”, valorizou Alisson, antes de fazer uma ressalva. “Serei o mesmo Alisson jogando em Porto Alegre ou em qualquer outro Estado. É um prazer jogar na minha terra, mas, quando o juiz apitar, será como qualquer outra partida.”
Fonte: Gazeta Esportiva