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Vivi Seixas tinha apenas oito anos quando seu pai, o icônico Raul Seixas, faleceu. Mesmo tão jovem, ela guarda memórias profundas e carinhosas do homem que não só revolucionou o rock brasileiro, mas também foi um pai amoroso.
Entre essas lembranças, uma se destaca: a barba de Raul.
“Lembro muito da barba dele, que isso é uma coisa que eu não esqueço jamais. Minha mãe dizia que meu pai pegava a minha mãozinha quando eu era pequenininha, botava na barba dele e falava pra minha mãe: 'pra ela nunca esquecer de mim!' E eu nunca esqueci, isso me deixa muito emocionada”, revelou Vivi em uma entrevista recente.
Hoje, 35 anos após a morte de Raul Seixas, Vivi ainda sente a presença do pai em todos os aspectos de sua vida.
“Não tem um dia que eu passe na minha vida que alguém não fale de Raul, ou que eu não entre num táxi e esteja tocando Raul, ou que eu passe numa banca de jornal e não tenha um adesivo do Raul. Não tem como esquecer, ele está muito vivo dentro de mim”, compartilhou emocionada.
Homenagem na Flipelô e Planos para o Futuro
O legado de Raul Seixas foi celebrado na abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), em Salvador, onde Vivi Seixas foi a convidada especial do show que deu início ao evento.
Durante a apresentação, realizada em frente à Fundação Casa de Jorge Amado, imagens do "Maluco Beleza" foram projetadas, iluminando o Pelourinho e trazendo à tona a influência duradoura de Raul na música e cultura brasileiras.
Após sua apresentação, Vivi Seixas lembrou de um momento especial da infância:
“Acabei de tocar [na Flipelô] e estou muito emocionada em prestar essa homenagem a ele, na terra dele. Eu lembro de um show que ele fez no Maracanã, eu era pequenininha, e estava gritando ‘papai!’ quando ele apareceu no palco”.
A homenagem na Flipelô marca o início das celebrações que culminarão nos 80 anos de nascimento de Raul Seixas em 2025. Vivi compartilhou seus planos para o próximo ano:
“A expectativa é de realizar o 'maior tributo’ já feito ao meu pai: o Baú do Raul. Queremos fazer o maior de todos, de graça, aberto ao público aqui em Salvador”.
O Legado de Raul Seixas
Raul Seixas, conhecido como o "pai do rock brasileiro", deixou um legado que ultrapassa gerações. Em 26 anos de carreira, ele lançou 17 álbuns que definiram o gênero no país.
“Meu pai foi um dos maiores compositores e artistas que o Brasil já teve. Sei que eu sou suspeita pra falar, mas tá pra nascer um cara igual a ele”, disse Vivi. Ela destacou a universalidade da música de Raul, que ressoa com todas as classes sociais e estilos musicais, de norte a sul do Brasil.
Charles Gavin, músico do Titãs e convidado da Flipelô, enfatizou a importância de Raul na música brasileira: “Ele era uma cria do rock and roll, mas também uma cria da música brasileira. Essa mistura única é o grande legado que ele deixou”.
Embora Raul Seixas tenha falecido em 1989, sua obra continua mais relevante do que nunca. Para Charles Gavin, a visão futurista de Raul, expressa em suas letras, anteviu questões que só agora começam a ser compreendidas.
“Raul já falou sobre coisas que estamos vendo no mundo hoje. Ele era um profeta e futurista, e seus textos continuam assustadoramente atuais”, observou Gavin.
Como uma “metamorfose ambulante”, Raul Seixas permanece vivo na memória coletiva e na música brasileira, inspirando novas gerações a cada acorde e a cada verso.
Fonte: Agência Brasil
Fotos: Rovena Rosa/Agência Brasil