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No último mês de abril, um evento de degustação de vinhos em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, quase se tornou uma tragédia para a família Oliveira.
O médico Carlos Eduardo, um cirurgião torácico com quase 20 anos de experiência, salvou a vida de seu pai, Afonso de Oliveira, 78 anos, após ele engasgar com um pedaço de queijo.
Pai e filho participavam do evento quando Afonso começou a engasgar.
"Eu percebi que não desceu (o queijo), mas aí eu já tinha engolido, não tinha o que fazer. A mulher que estava na mesa me ofereceu água mineral. Tomei a água mineral, nada. Peguei uma taça de vinho, bebi, nada. Era uma sensação de afogamento horrível", relembrou Afonso.
Ao perceber a gravidade da situação, Carlos Eduardo imediatamente aplicou a manobra de Heimlich. Essa técnica, comumente utilizada em bebês e crianças, pode ser adaptada para ajudar adultos.
No entanto, após cinco tentativas sem sucesso e considerando as complicações de saúde de Afonso, que aumentavam o risco de morte durante o engasgamento, o médico sabia que precisava agir rapidamente.
Sem tempo para esperar a chegada dos socorristas, Carlos Eduardo realizou uma cricotomia de emergência, um procedimento que envolve a perfuração de uma região específica do pescoço para liberar a passagem de ar.
"Ele já fez uma parada cardíaca, comecei a manobra e alguém botou na minha frente uma tesoura e lembro que falei para ele, já inconsciente, 'desculpa pai, mas eu vou ter que fazer", relatou Carlos.
Com a via aérea obstruída, Carlos fez o corte e inseriu uma caneta na traqueia do pai, ventilando-o duas vezes para restabelecer a respiração e os batimentos cardíacos.
"A gente conseguiu abrir a via aérea dele e me trouxeram uma caneta, que a gente inseriu na traqueia, já ventilei ele duas vezes pela canetinha, soprei e ele voltou a respirar e ter batimento de novo", explicou o médico.
Após o atendimento emergencial, Afonso foi levado ao hospital e internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ele só soube do ocorrido dois dias depois.
"O último momento que me lembro é ele me pegando pelas costas, na tentativa de desobstruir e jogar para fora, aí eu lembro. Depois eu me lembro de estar em um quarto cheio de aparelhos e equipamento, sem saber o que tinha acontecido", contou Afonso.
Em recuperação desde então, Afonso fala com a ajuda de um aparelho e realiza exercícios de fonoaudiologia e fisioterapia, sempre acompanhado de perto por Carlos Eduardo.
"Não tem preço, eu jamais poderia imaginar isso, em uma situação de emergência ser salvo pelo meu filho. Eu fiquei extremamente emocionado quando soube de tudo ainda no hospital", disse Afonso, emocionado.
Para Carlos Eduardo, o sentimento é de alívio e gratidão.
"Dá uma sensação de alívio por pensar 'puxa, dentro da minha profissão consegui salvar a vida do meu pai'. Não tem preço", concluiu o médico.
Fonte: G1