Um homem de 60 anos contraiu cólera em Salvador, mesmo sem ter viajado para outro lugar, conforme confirmado pelo Ministério da Saúde. O caso autóctone da doença teve origem no próprio local onde ocorreu o diagnóstico.
Após uma investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde de Salvador, nenhum outro registro da doença foi identificado entre as pessoas que tiveram contato com o paciente.
Segundo o Ministério da Saúde, o período de transmissão da cólera varia de um a dez dias após a infecção, porém, por uma margem de segurança, as investigações epidemiológicas no Brasil são padronizadas para até 20 dias. O paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, a confirmação desse caso autóctone é preocupante, representando um risco de disseminação da doença em locais com condições sanitárias precárias.
"Esforços de vigilância e bloqueio na região são necessários, além do aumento da vigilância em outras cidades do país, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre o avanço da cólera no mundo", ressaltou Chebabo.
Os últimos registros autóctones de cólera no Brasil ocorreram em Pernambuco em 2004, com 21 ocorrências, e em 2005, com cinco casos confirmados.
A cólera é uma infecção intestinal aguda que se espalha por alimentos e água contaminados com fezes, estando intimamente ligada à falta de água potável, saneamento adequado, pobreza e conflitos.
A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente de Salvador informa que o caso foi detectado em março de 2024, quando o homem apresentou desconforto abdominal e diarreia aquosa, após ter feito uso de antibióticos duas semanas antes para o tratamento de outra patologia.
Fonte: Agência Brasil