Na manhã desta sexta-feira (02/02), a Polícia Federal deflagrou a operação Sororidade para combater os crimes de tráfico de pessoas e trabalho escravo. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Foz do Iguaçu.
A investigação teve início após a Delegacia da Mulher de Foz do Iguaçu receber informações sobre uma cidadã paraguaia que, contratada por um casal em 2019 para trabalhar como babá, teria sido vítima de agressões físicas, ameaças, estupro e condições análogas à escravidão.
Durante o período em que esteve na residência, a vítima alega ter sofrido violência física e verbal, além de ser proibida de sair da casa pelos moradores. Ela relatou também não receber salário com regularidade e foi forçada a tentar realizar um procedimento de aborto no Paraguai, com auxílio de um amigo do autor do crime.
Em virtude da violência sexual sofrida, a vítima engravidou e foi expulsa da residência pelos moradores, sendo obrigada a residir com o amigo do autor do crime. A assistente social, ao tomar conhecimento da situação no momento do parto, solicitou providências à Vara da Infância e Juventude de Foz do Iguaçu, resultando no encaminhamento da vítima e do bebê para um abrigo, além da investigação pela Delegacia da Mulher.
A Polícia Federal assumiu o caso, visto que envolve a suposta prática do crime de redução análoga a de escravo, de competência da Justiça Federal.
O autor do fato, com diversos registros criminais, enfrentará acusações de tráfico de pessoas e trabalho escravo, crimes que somados podem resultar em até 16 anos de prisão.
Durante o cumprimento de um dos mandados, foram encontradas armas, munições e 300kg de maconha em uma lancha. O autor será preso em flagrante por posse de arma de calibre restrito e tráfico de drogas.
O nome da operação, Sororidade, reflete o conceito de empatia, solidariedade e acolhimento entre mulheres, reforçando a importância do combate a crimes que afetam diretamente a dignidade e a integridade feminina.
Com informações da Polícia Federal.