A colheita da soja no Paraná, parte integrante da safra de grãos 2023/24, enfrenta desafios significativos devido às constantes mudanças climáticas que têm marcado a temporada agrícola.
A situação, discutida em um evento online promovido pelo Sistema Ocepar, trouxe à tona a preocupação do secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, sobre a necessidade de transparência nos números para permitir o ajuste de preços no mercado e assegurar a renda dos produtores.
A partir de meados de dezembro, o estado enfrentou estiagem e altas temperaturas, intensificando as dificuldades na produção. Ortigara alertou para o risco iminente, indicando que o impacto real na produção ainda não reflete totalmente nos preços de mercado.
Destacou a urgência de uma posição clara e transparente para informar os mercados globais sobre a extensão dos danos na produção.
A cultura mais afetada nesse período é a soja, cuja última previsão nacional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em 10 de janeiro, prevê uma redução de 4,2%, totalizando 155,3 milhões de toneladas em comparação às primeiras projeções de 162 milhões de toneladas.
No âmbito estadual, o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná deve apresentar sua nova estimativa em 25 de janeiro. No último levantamento, em 18 de dezembro, a projeção inicial de 21,9 milhões de toneladas de soja foi reduzida para 21,7 milhões, sem refletir as perdas subsequentes devido à falta de chuvas e temperaturas elevadas.
Marcelo Garrido, chefe do Deral, expressou preocupação quanto à possibilidade da safra ficar abaixo de 20 milhões de toneladas, destacando que as perdas já são consideráveis.
A incerteza no mercado exige cautela, e as equipes do Deral estão em campo realizando levantamentos para apresentar projeções precisas diante do cenário desafiador.
Redação Guia São Miguel com informações da SEAB Paraná
Foto: Cláudio Albano/Guia São Miguel
