Pesquisadores investigam inscrição em pedra com data da Guerra do Paraguai
08/09/2023 Foz do Iguaçu
Descoberta Arqueológica Revela Vestígio Histórico na Fronteira do Brasil, Argentina e Paraguai

Uma descoberta arqueológica em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, conectou, pela primeira vez, a região da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai à Guerra do Paraguai. O achado foi revelado pelo historiador e arqueólogo Pedro Louvain. As informações são do G1.

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A Guerra do Paraguai, também conhecida como Guerra da Tríplice Aliança, foi um dos maiores e mais sangrentos conflitos da América do Sul, ocorrendo entre 1864 e 1870, envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

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O artefato com a inscrição "Vapor Brazil. Greenhalgh. 23/9/1869" foi encontrado nas margens do Rio Iguaçu, a poucos metros da fronteira fluvial do Parque Nacional do Iguaçu, após um relato da população.

A "Pedra Escrita do Iguaçu" tem cerca de um metro de comprimento, três de altura e pesa aproximadamente sete toneladas.

De acordo com Louvain, a descoberta recente indica que a embarcação "Greenhalgh" passou por ali, e a inscrição provavelmente foi feita pelos tripulantes durante a passagem.

"A inscrição diz 'Vapor Greenhalgh, Brasil com Z', com uma datação de 23 de setembro de 1869, e até mesmo inclui as letras 'e' e 'p', que possivelmente significam 'Exército de Pedro'", explicou o historiador.

A descoberta foi feita durante uma expedição organizada pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio), como parte de um projeto de museologia que visa catalogar bens histórico-culturais do Parque Nacional do Iguaçu.

Antes dessa descoberta, a cidade de Jataizinho, no norte do Paraná, era uma das poucas conexões diretas do conflito com o estado. O município serviu como colônia militar durante a guerra, de onde barcos saíam pelo Rio Tibagi com armas e mantimentos rumo ao Mato Grosso do Sul, que também faz fronteira com o Paraguai.

No entanto, ainda é necessário realizar pesquisas mais aprofundadas para entender a missão específica da embarcação que passou pela região, de acordo com o historiador Micael Alvino da Silva, professor da Unila.

Segundo o parecer, o barco carrega o nome de João Guilherme Greenhalgh, herói caído na Batalha Naval do Riachuelo em 1865, e pertenceu à Armada Imperial do Brasil, sendo usado na Guerra do Paraguai e na Flotilha do Alto Uruguai.

A preservação da "Pedra Escrita do Iguaçu" apresenta desafios, incluindo o risco de vandalismo e fatores naturais. A possibilidade de removê-la do local está em discussão, sujeita à aprovação da Marinha do Brasil e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A decisão deverá considerar as vantagens e desvantagens para sua preservação e acesso ao público.

Foto: Unila

 
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