O Flamengo precisava de uma vitória sobre o Unión La Calera, no Chile, para carimbar sua classificação para as oitavas de final da Libertadores com duas rodadas de antecedência.
A expectativa era de vitória do líder do Grupo G sobre o último colocado da chave, mas a igualdade do placar em 2 a 2 evidenciou que o técnico Rogério Ceni precisa encontrar uma forma de dar mais segurança à sua zaga.
O Unión La Calera abriu 2 a 0 no primeiro tempo contando com falhas individuais dos rubro-negros. No primeiro lance, o zagueiro Bruno Viana falhou sucessivamente e sucumbiu em meio à pressão adversária antes de Ariel Martínez abrir a contagem.
Os chilenos ampliaram em lance infeliz para Willian Arão, autor do gol contra após escanteio, mas que também mostrou a dificuldade que o time rubro-negro sente para se defender em bolas aéreas: dos 20 gols sofridos nesta temporada, sete deles foram através de escanteios – ou seja, 35% do total.
Gabigol converteu pênalti sofrido por Everton Ribeiro para se transformar, de forma isolada, no maior artilheiro do clube na história de suas participações da Libertadores. O Flamengo dominava a posse de bola (terminou a partida com 70% de posse), mas encontrava muita dificuldade para criar oportunidades. Este cenário melhorou um pouco com a entrada de Pedro, mas não foi o bastante. Coube à Willian Arão se redimir para, de cabeça, deixar tudo igual.
O cenário na Libertadores ainda é tranquilo para o time de Rogério Ceni. Se a LDU vencer o Vélez Sarsfield nesta quinta-feira (13), o Rubro-Negro já garante sua classificação ao mata-mata de forma antecipada. Com Gabigol tendo média de gols superior a um por partida (tem 12 em 11 jogos) e contando com outros nomes decisivos como Arrascaeta, Pedro e Bruno Henrique, será difícil ver o Flamengo em campo sem marcar seus gols. O problema tem sido o número de vezes que busca a esfera em suas próprias redes.
Além da dificuldade para encontrar um substituto confiável quando não tiver Diego Alves sob as traves, como foi o caso contra o La Calera (Gabriel Batista foi o titular), os problemas na zaga seguem a atormentar Rogério Ceni: Willian Arão funcionou bem improvisado como zagueiro, mas está claro que esta não é sua posição; Gustavo Henrique e Léo Pereira ainda não convenceram e a falha de Bruno Viana é motivo para preocupações. Titularíssimo, Rodrigo Caio vem sofrendo com lesões.
Seja qual for sua realidade, Ceni sabe que precisa encontrar uma maneira para dar mais segurança à sua defesa. Se a tranquilidade na fase de grupos é reflexo da superioridade a longo termo do Flamengo, no mata-mata a história é diferente e não costuma perdoar os erros que o sistema defensivo rubro-negro vem cometendo.
"Quando chegar no mata-mata, se cometer erros primários vai pesar muito lá na frente, ou até mesmo agora na reta final do estadual", avaliou Rogério Ceni após o empate. "Precisamos ter mais regularidade. Nosso time não é muito atacado, mas as bolas acabam entrando. É um pequeno detalhe", completou.