Depois de ganhar da Costa Rica na estreia, a Sérvia garantia ao menos um empate diante da Suíça até os 46 minutos do segundo tempo, quando Shaqiri foi lançado em velocidade e sem marcação só teve o trabalho de tirar do goleiro, dando o triunfo aos suíços. A derrota deixou os sérvios com três pontos, e transformou o embate contra o Brasil em um “mata-mata” dentro da fase de grupos. A seleção que sair vitoriosa da Arena Spartak, em Moscou, garante vaga às oitavas de final da Copa do Mundo.
A Sérvia se classificou para seu segundo Mundial com o primeiro lugar do Grupo D das Eliminatórias da Europa. Em uma chave equilibrada, que tinha Irlanda, País de Gales, Áustria, Geórgia e Moldávia, os sérvios somaram 21 pontos através de seis vitórias, três empates e apenas uma derrota. Mesmo com a boa campanha, o treinador Slavoljub Muslin foi demitido do cargo. O principal motivo foi o afastamento de Sergej Milinkovic-Savic, jovem meio-campista de 23 anos que fez ótima temporada na Lazio, da Itália. Mladen Krstajic, que fazia parte da comissão técnica, assumiu o cargo, no entanto, o ex-zagueiro não possuía qualquer experiência na função.
De novembro de 2017 para cá, Krstajic comandou a equipe em apenas oito jogos, contando os dois da fase de grupos da Copa do Mundo. Mesmo com o pouco tempo, fez mudanças drásticas no esquema tático, saindo do 3-4-2-1 e voltando a uma linha de quatro defensores através do 4-2-3-1. Principal motivo da troca no comando técnico, Milinkovic-Savic fez seis partidas com o novo treinador, e não teve boas atuações. Porém, a força física, a qualidade técnica e o chute de média distância credenciam o garoto prodígio a ser uma das esperanças dos sérvios para deixar o Brasil pelo caminho.
Nos dois jogos da Copa do Mundo, Luka Milivojevic e Nemanja Matic foram os volantes titulares. Ambos atuam no futebol inglês e têm por característica a boa saída de bola, liberando a estrela do time Milinkovic-Savic para atuar na segunda linha de meio-campo e entrar na área para aproveitar sua estatura de 1,92m. Inclusive, a altura dos jogadores pode tornar a bola aérea uma das principais dificuldades para o Brasil, uma vez que a média da equipe sérvia é de 1,88m. Para assustar ainda mais os brasileiros, os europeus têm Kolarov como o homem da bola parada. Aliás, o jogador da Roma marcou o gol da vitória diante dos costarriquenhos em uma linda cobrança de falta.
Referência do time no ataque, Mitrovic sabe usar o corpo e é muito bom no pivô, perfil importante na criação de jogadas, uma vez que o time tem dificuldades na transição ofensiva e defensiva pela falta de velocidade de seus jogadores. Na estreia, os costarriquenhos aproveitaram a lentidão da recomposição sérvia e criaram várias jogadas em contra-ataques. Outro ponto fraco do time de Krstajic é o miolo da zaga. Matija Nastasic, zagueiro com mais renome da geração, teve uma lesão no joelho e ficou de fora do Mundial. Em seu lugar entrou o jovem Nikola Milenkovic, que falhou no gol marcado por Shaqiri na reta final da partida contra a Suíça.
Nas laterais, dois veteranos. Pela direita Ivanovic, pela esquerda Kolarov. Apesar de já terem atuado como zagueiros em determinados momentos da carreira, ambos possuem dificuldades para brecar ataques rápidos como o do Brasil, uma vez que já passaram a barreira dos 30 anos e não têm a mesma velocidade do auge da forma física. Diante de pontas insinuantes, como Neymar e Willian, a dupla precisará da ajuda de Kostic e Tadic, os meio-campistas mais abertos.
A Sérvia conseguiu independência em 2006, quando se separou de Montenegro. Nesse período, a seleção sofreu com crises internas e sequer classificou para uma Eurocopa. Na Copa de 2010, único torneio de grande porte que participou, as águias brancas, como são conhecidos, não conseguiram se classificar para as oitavas em um grupo que tinha Alemanha, Gana e Austrália. Agora, na Rússia, os sérvios querem barrar o maior campeão do torneio e avançar pela primeira vez ao mata-mata.
Fonte: Gazeta Esportiva