A segunda partida de Osmar Loss como técnico do time profissional do Corinthians será justamente contra o clube que lhe proporcionou os primeiros passos na profissão. Foi no Internacional, adversário deste domingo, no Beira-Rio, que o gaúcho de Passo Fundo iniciou a sua trajetória no futebol.

Técnico do time juvenil do Inter a partir de 1994, Loss ascendeu no clube gaúcho – teve ainda uma breve passagem pelo Juventude em 2010 – e conquistou os dirigentes colorados antes mesmo de ser campeão brasileiro sub-20 em 2013.

Em 2011, Loss assumiu interinamente o time principal do Inter após a saída de Paulo Roberto Falcão, disputando a Copa Audi contra Milan, Bayern de Munique e Barcelona. No ano seguinte, voltou momentaneamente ao posto a partir da queda de Fernandão, desbancando o ex-goleiro Clemer, e dirigiu a equipe contra a Portuguesa e o Grêmio.

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Com a extinção do time sub-23 do Inter, Loss passou a comandar o sub-20 e, de acordo com a imprensa gaúcha, entrou em rota de colisão com Dunga, treinador da equipe profissional. Foi parar no Corinthians, pelo qual construiu trajetória vitoriosa nas categorias de base – ganhou mais um Brasileiro sub-20 (2014), dois Paulistas sub-20 (2014 e 2015) e duas Copas São Paulo (2015 e 2017).

Os títulos credenciaram Osmar Loss a se tornar auxiliar de Fábio Carille entre os profissionais. Com a transferência do antigo colega ao Al Wehda, dos Emirados Árabes Unidos, ele recebeu a chance que tanto aguardava, de se efetivar no comando corintiano.

Enquanto Loss ganhava espaço no Corinthians, outro treinador criado na base do Inter surgia em Porto Alegre. Odair Hellmann, catarinense de Salete, ganhou confiança credenciado pelo seu passado no clube como jogador, sendo assistente do time sub-17 em 2010, um ano após encerrar a carreira de atleta.

Assim como Loss, Hellmann iniciou a carreira de treinador nas categorias de base do Inter (foto: Ricardo Duarte/Internacional)
Após auxiliar Rogério Micale na vitoriosa campanha da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de 2016 e virar interino do time profissional colorado graças à demissão de Guto Ferreira em 2017, atuando em partidas contra Oeste, Goiás e Guarani, Hellmann conseguiu o que Loss não pôde no Inter – foi efetivado. Em 2018, ele já enfrentou momentos de turbulência, porém tem resistido às críticas.

“São seis meses já? Com essa marca, no futebol brasileiro, mereço um bolo de aniversário”, brincou Hellmann. “Lá no começo, disse que seria uma honra receber essa oportunidade. Sabíamos que teríamos muito trabalho, um processo de reconstrução pela frente. Isso já está em um estágio bem avançado, mas continua. A partir de agora, vamos olhar para a frente em termos de dar um salto maior”, pregou.

No Corinthians, Loss não faz um trabalho de reconstrução. O seu objetivo é dar sequência ao que fez Fábio Carille, bicampeão paulista e campeão brasileiro e agora no Al Wehda, da Arábia Saudita. “O que o Fábio vinha fazendo já tinha muito de Osmar Loss, porque pensamos o futebol de maneiras muito parecidas. É difícil dizer o que tem de Loss na forma de o Corinthians jogar”, comentou.

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Hellmann concorda com o seu adversário deste final de semana. “O Corinthians tem uma ideia consolidada, independentemente de treinador. Houve uma troca agora, mas a estrutura não muda, até porque é muito bem definida. Talvez, no decorrer do seu comando, o Osmar mude um pouco das características da equipe, diferenciando em partes do que vinha sendo o Corinthians com o Carille”, analisou.

Para pedir o seu próprio bolo de aniversário ao final do ano, firmando-se como técnico do Corinthians, Osmar Loss conta com uma vitória sobre Odair Hellmann e o seu ex-clube. Ele sabe que ficará pressionado em caso de tropeço, já que estreou com derrota por 1 a 0 para o colombiano Millonarios na noite de quinta-feira, em Itaquera.

“A partir de agora, começo a ter uma real noção do que é esse cargo, do que é comandar o Corinthians. É muito diferente de ser auxiliar, sem dúvidas. Sei que tenho uma responsabilidade”, reconheceu o ex-colorado Osmar Loss.

Fonte: Gazeta Esportiva