Enfrentando resistência de grupos políticos do Palmeiras para aprovar a reforma estatuária que a permitiria ser candidata a presidente já em 2021, Leila Pereira reuniu conselheiros do clube em um requintado jantar na noite desta quarta-feira, em um hotel nos Jardins, em São Paulo. No evento, desconversou sobre os seus planos.
“Não, não”, esquivou-se Leila, quando questionada se a reforma estatuária tinha como objetivo antecipar a sua candidatura à presidência do Palmeiras. “O meu interesse é colaborar com o clube, fazer com que continue sendo protagonista. Sempre. Não penso a longo prazo. Penso a curto prazo. O que o patrocinador quer é sempre colaborar”, discursou a conselheira e presidente da Crefisa, principal investidora palmeirense.
A chamada “emenda Leila” pretende mudar o tempo dos mandatos dos presidentes do Palmeiras de dois para três anos. Dessa maneira, Leila Pereira se tornaria elegível em no pleito de 2021, e não mais de 2022, ao término da gestão posterior à de Maurício Galiotte (que tentará a reeleição ao final deste ano). Eleita conselheira em 2017, a dona da Crefisa precisa estar no seu segundo mandato de quatro anos no cargo para concorrer ao posto máximo do clube.
Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, prestigiou o jantar promovido por Leila Pereira (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
“Essa não é a minha preocupação”, disse Leila, sobre o jantar que promovia a quem votará a emenda no estatuto na segunda-feira. Para aprovar a mudança, ela deve obter 141 votos (metade mais um do total de conselheiros). “Hoje, estou aqui como presidente da Crefisa e da Faculdade das Américas em um jantar de confraternização com conselheiros, diretores e sócios do Palmeiras, que é o que mais gosto. O patrocinador está no Palmeiras não só para patrocinar, mas também para agregar”, justificou.
Se puder agregar votos, melhor ainda. “A gente faz política 24 horas por dia, não só aqui. Podem ter certeza de que o patrocinador quer um Palmeiras cada vez mais gigante”, afirmou Leila, sem se importar com os seus opositores. “Respeito todas as ideias, os proponentes, mas continuo defendendo a adoção dos três anos de mandato imediatamente. É o melhor para o Palmeiras. Defendo a modernidade, a profissionalização do clube, o protagonismo. Se posso aplicar algo bom para o Palmeiras imediatamente, por que esperar tanto?”, argumentou.
Para convencer os conselheiros, Leila aponta que grandes clubes do Brasil – o rival Corinthians, por exemplo – têm mandatos presidenciais de três anos. “Defendo a modernidade, a profissionalização, o protagonismo do Palmeiras, que se transformou de uns tempos para cá. Com três anos, o presidente tem mais sossego e paz para governar”, declarou.
Com pressa para dar atenção aos seus convidados, Leila Pereira encerrou a sua entrevista coletiva após pouco mais de cinco minutos. Antes de se despedir dos jornalistas, enfatizou que o Palmeiras “só dá felicidade” às suas empresas e voltou a projetar uma parceria de “muito tempo” com o clube. “Não podemos deixar que o Palmeiras regrida. Não estou dizendo que o meu patrocínio seja fundamental, mas ele é muito importante. Um patrocínio do vulto do nosso só vem a agregar ao Palmeiras”, concluiu.
Fonte: Gazeta Esportiva