Sem maioria, Andrés Sanchez inicia mandato saindo escondido do clube
04/02/2018 Brasileirão Série A

Depois da eleição mais disputada da história recente do Corinthians, o novo presidente do clube, Andrés Sanchez, teve perfeita noção do que terá de enfrentar pela frente assim que ouviu seu nome ser apontado como o vencedor do pleito. Sem maioria no Conselho e precisando deixar o clube escondido no banco de trás de um carro, ele encarou um aperitivo do que pode lhe esperar no triênio 2018-2020.

No poder desde 2007, a Renovação e Transparência ruma para sua quinta administração, a terceira sob a batuta de Andrés. Dessa vez, porém, Sanchez assume com o clube dividido, incluindo o seu grupo, e precisará mostrar toda a sua capacidade de articulação para ter governabilidade no caso. A começar pelo os novos 200 nomes que precisarão aprovar suas medidas.

Dentre as oito chapas que se elegeram para o Conselho Deliberativo, apenas a Preto no Branco, mais votada, e a Renovação e Transparência, já conhecida, defendem abertamente o mandatário. A Tradição Corinthiana, sexta que mais recebeu votos, tem maioria de membros a favor de Andrés Sanchez, mas não declara abertamente a sua preferência.

A Chapa São Jorge 77 esteve abertamente ao lado de Roque Citadini, fazendo até campanha pelo candidato, relação semelhante com a da Corinthians Supremo e Felipe Ezabella, quarto colocado no pleito. As chapas Mosqueteiros, Inteligência Corinthiana e Fiéis Escudeiros declararam-se independentes do processo eleitoral para presidente, sem tomar posição.

Outra relação aparentemente desgastada é com a torcida, que protagonizou as fortes cenas do último sábado. Após passarem cerca de 20 minutos pedindo para entrarem no ginásio onde estava sendo realizada a votação, aficionados partiram para cima de Andrés com cânticos de ordem e chegaram a atingi-lo com um copo de cerveja, em protesto tão grande que interrompeu a entrevista concedida pelo dirigente.

Encurralado entre seus seguranças, Andrés teve de esperar por 20 minutos dentro do vestiário feminino do local, enquanto pessoas ligadas às chapas tentavam acalmar a situação. Depois, para deixar o Parque São Jorge, precisou deitar no banco de trás de um carro para passar despercebido por aqueles que ainda estavam no clube. Algo pouco usual para quem acabara de ser escolhido pelo voto dos sócios.

Em entrevista concedida antes da posse, Andrés disse que precisaria de 100 dias para mostrar o que gostaria de fazer em seu retorno ao poder. Eleito para o mandato-tampão, de 2007 a 2009, depois de 2010 a 2012, quando acabou com a reeleição, ele volta com a missão de explicar o pagamento do estádio de Itaquera e buscar mais recursos para o futebol, sem patrocínio master desde abril do ano passado.

Dentro de campo, seu mandato começa neste domingo, às 19h30 (de Brasília), quando o Corinthians encara o Novorizontino, fora de casa. Para a modalidade, carro-chefe do Alvinegro, ele já deixou claro que Duílio Monteiro Alves será o diretor de futebol. Ex-diretor-adjunto na gestão de Mário Gobbi, Duílio pode até a Novo Horizonte para acompanhar a partida.

Agora com um novo chefe, o gerente de futebol, Alessandro, é um dos nomes que passará por avaliação da nova presidência. A princípio, ele não agrada ao novo presidente e poderia ser tirado do cargo. Porém, com aprovação interna e da torcida, o ex-lateral pode ver o mandatário rever sua posição e mantê-lo na gestão do futebol.

Fonte: Gazeta Esportiva

 
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