Os casos de acidente vascular cerebral (AVC) tendem a aumentar durante o verão, segundo alerta do neurocirurgião e neurorradiologista intervencionista Orlando Maia, do Hospital Quali Ipanema, no Rio de Janeiro.
Em entrevista à Agência Brasil, o médico explicou que o calor excessivo provoca uma desidratação natural do organismo, tornando o sangue mais espesso e aumentando a possibilidade de formação de coágulos — principal causa do AVC isquêmico, o tipo mais comum da doença.
De acordo com Maia, o AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. “Quando não mata, deixa a pessoa incapaz. É uma doença que afeta não só o paciente, mas toda a família, já que exige cuidados constantes”, afirma. As sequelas podem incluir dificuldades para andar, falar, enxergar ou se alimentar sozinho, dependendo da área do cérebro afetada.
Prevenção é fundamental
O especialista reforça que o AVC é uma doença amplamente prevenível. Entre as principais medidas estão a adoção de hábitos de vida saudáveis, prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, controle da pressão arterial, uso correto de medicamentos prescritos e abandono do tabagismo. “É uma doença que precisamos gritar para todo mundo ouvir: há prevenção e há tratamento”, destaca.
Atualmente, existem duas formas principais de tratamento. A primeira é a administração de um medicamento intravenoso que dissolve o coágulo, desde que aplicado até quatro horas e meia após o início dos sintomas.
A segunda, indicada em casos específicos, é a trombectomia mecânica, procedimento em que um cateter é introduzido pela virilha para aspirar o coágulo, podendo ser realizado em até 24 horas após o início do quadro.
Sintomas exigem atendimento imediato
Os principais sinais de AVC incluem paralisia súbita de um lado do corpo, dificuldade para falar, perda de visão, tontura intensa ou perda de consciência. “É uma emergência médica. Ao menor sinal, a pessoa deve ser levada imediatamente ao hospital”, alerta Maia.
Verão exige atenção redobrada
Além da desidratação, o verão favorece alterações na pressão arterial, que tende a cair devido à vasodilatação provocada pelo calor, aumentando o risco de arritmias cardíacas e formação de coágulos.
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, comum durante férias e festas, também intensifica a desidratação e eleva o risco de AVC. Doenças típicas da estação, como gastroenterites, insolação e esforço físico excessivo, somam-se aos fatores de risco.
O tabagismo é outro agravante importante. Segundo o médico, a nicotina compromete a elasticidade dos vasos sanguíneos, favorecendo tanto o AVC hemorrágico quanto o isquêmico. O estilo de vida moderno, aliado ao fumo e a doenças crônicas mal controladas, tem levado ao aumento de casos em pessoas cada vez mais jovens, inclusive com menos de 45 anos.
Doença comum e grave
No Hospital Quali Ipanema, o número de atendimentos por AVC chega a cerca de 30 pacientes por mês no verão, o dobro do registrado em outras épocas do ano. “O AVC é extremamente comum. Uma em cada seis pessoas terá um AVC ao longo da vida”, ressalta Maia, que também recomenda atenção ao histórico familiar, já que os casos não são isolados.
Com a chegada do verão, o alerta é claro: hidratação adequada, cuidados com a saúde e rapidez no atendimento podem salvar vidas e reduzir drasticamente as sequelas do acidente vascular cerebral.
Redação Guia São Miguel com informações da Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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