O recente ataque do Irã com drones e mísseis contra Israel no fim de semana desencadeou uma escalada de tensões no Oriente Médio, repercutindo nos mercados globais e aumentando a pressão sobre o preço internacional do barril de petróleo.
Essa instabilidade, por sua vez, coloca a Petrobras sob crescente demanda por um reajuste nos combustíveis, alertam economistas e executivos do setor.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem da gasolina no Brasil em relação à cotação no exterior atingiu 17% na semana passada. Apesar disso, um eventual ajuste nos preços dos combustíveis não seria imediato, afirmam especialistas.
O impacto do conflito sobre o valor do petróleo dependerá da resposta de Israel ao ataque iraniano.
Analistas destacam que o acirramento da tensão pode aproximar o cenário do barril a US$ 100, com o Brent, referência no mercado internacional, fechando a última sexta-feira em torno de US$ 90, registrando uma valorização de 17% no ano.
O Irã, que está entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo, responde por aproximadamente 4% da produção global, mesma fatia do Brasil. Além disso, o país é estrategicamente localizado próximo ao Estreito de Ormuz, uma importante via marítima por onde transita cerca de um quinto do petróleo consumido mundialmente, conforme dados da Bloomberg.
Diante desses cenários, a incerteza geopolítica tende a pressionar o dólar e a adotar uma postura mais cautelosa por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação à esperada queda de juros, o que poderia limitar os cortes da Selic no Brasil, destacam analistas.
O professor de Economia da FGV Direito SP, Cleveland Prates, ressalta que o temor de uma guerra pode afetar a oferta de petróleo, dada a relevância das refinarias iranianas.
Redação Guia São Miguel com informações de O Globo