Mais de três mil motoristas tiveram as carteiras suspensas por uso de drogas ou anfetaminas no Paraná
26/04/2018
O condutor reprovado no exame toxicológico fica com as categorias C, D e E suspensas por 90 dias.

xames toxicológicos têm diagnosticado o uso excessivo de medicamentos e drogas por motoristas de caminhões, carretas e ônibus. De acordo com o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), em 2017, 3.278 condutores tiveram o resultado positivo para o uso de drogas ou anfetaminas.

O exame toxicológico é obrigatório desde 2016 na hora de renovar a carteira de motorista ou mudar de uma categoria para outra.

O vício de caminhoneiros em usar drogas e medicamentos para cumprir longas viagens, sem parar, é uma prática perigosa, pois pode causar acidentes.

Um motorista que pediu para não se identificar conta que usa medicamentos para não dormir enquanto dirige há 20 anos. A anfetamina faz com que ele rode pelas estrads por mais de 24 horas sem parar para descanso. Ele geralmente faz o trajeto entre o Tocantins e Paraná. No caminho toma cerca de 15 comprimidos por viagem.

“Uso rebite. Acho melhor tomar do que dormir e tombar. Amo a minha profissão, mas não dou conta se não for assim”, diz o caminhoneiro.

Reprovado no exame, o motorista fica com a categoria C, D e E suspensa por 90 dias. No entanto, pode dirigir carro ou moto nesse período se for habilitado para essas categorias.

A exigência deste teste provocou uma redução no número de renovações de carteiras de habilitação entre motoristas habilitados nas categorias C,D e E. De acordo com o Detran-PR, enquanto que em 2015 foram registradas 49.175 renovações, em 2017 foram 35.519, uma redução de 27%.

“Uma questão que deve ser levada em consideração é o valor do exame, chega a ser até 20% do valor da inclusão da categoria. Muitos motoristas utilizam drogas e, por isso, não passam nos exames”, diz o chefe do Detran em Paranavaí, Ivan Carvalho.

O médico socorrista Henrique Martins, que é acostumado a atender acidentes de trânsito, explica que o uso de substâncias é um perigo para quem está na estrada.

“Essas drogas são estimulantes. O motorista vai ficar acordado, só que os efeitos colaterais associados ao uso desse tipo de substância são péssimos, principalmente para a direção. A pessoa vai ficar agitada, agressiva, hiper-reativa. Por exemplo, se um animal passar no meio da pista o condutor vai desviar muito bruscamente, não vai frear. Isso aumenta muito a chance de acidentes”, detalhou o médico.

A Polícia Rodoviária tenta combater esse problema nas estradas.

“É mais difícil essa identificação, mas pelo modo que esse motorista se encontra, a Polícia Rodoviária Federal faz um relatório que identifica se esse condutor está sob influência de substância psicoativa”, explica o inspeto da Polícia Rodoviária Federal, Wilson Martines.

Fonte: G1

 
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